Torres, Rio Grande do Sul, Brasil.

17 de fevereiro de 2025, segunda-feira.

São 10 horas e 23 minutos.

Torres / RS

Preocupação à beira-mar: Estudo da PUC-RS revela grande número de microplásticos em praia de Torres

Fonte: PUC-RS / DIVULGAÇÃO

Após estudos realizados pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a PUC-RS, o litoral gaúcho entra em alerta.

Historicamente, a indústria se utiliza de plásticos para a fabricação em grande escala por seu baixo custo e pela durabilidade.

Só em 2021, por exemplo, a produção global ultrapassou 390 toneladas.

O que preocupa os ambientalistas, de maneira geral, é o destino desses materiais, que normalmente acabam em ecossistemas marinhos e costeiros.

Recentemente, um estudo realizado na Praia Grande, em Torres, avaliou a contaminação dos microplásticos na área.

Esses contaminantes, por sua definição, são pedaços menores que 5mm.

De maneira geral, os microplásticos são compostos desde produtos de geração primária, como itens de higiene (esfoliantes ou pastas de dente), até produtos de geração secundária (garrafas PET e sacolas).

Para o estudo, foram coletadas 30 amostras pela extensão da Praia e, após uma série de processos, como separação, digestão química, e microscopia de fluorescência, chegou-se à quantificação.

O resultado apontou que as partículas mais abundantes, eram as de menor tamanho, como já era esperado.

Entre os tipos de plásticos encontrados, estão polietileno (PE) e polipropileno (PP), esses dois, os mais produzidos e utilizados no mundo; além de poliamida (PA), comum na indústria da pesca.

A pesquisa aponta um número médio alarmante de 650 partículas de plástico por quilo de areia.

Se pensarmos que isso acaba se transferindo para a cadeia alimentar, é algo assustador.

A poluição plástica não é novidade no Brasil, visto ser uma das costas mais extensas e ricas em biodiversidade.

Apesar de ser um problema visível, as informações e pesquisas até hoje são poucas.

O estudo foi publicado na Revista Científica Springer Nature, e é um dos primeiros a apontar e quantificar microplásticos no litoral Gaúcho.

Em outras pesquisas, já detectou-se problemas similares em outras praias, em especial, do Sudeste e Nordeste.

Outro fator que ajuda no alto número de poluentes plásticos no litoral gaúcho, é o fato de termos a desembocadura do Rio Mampituba, no limite do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O Mampituba por si só, arrasta consigo resquícios da agricultura, turismo e pesca.

Segundo o professor da PUC-RS, Maurício Reis Bogo (na foto acima), o problema maior é que quando pensamos em estar comendo algo orgânico e livre de inseticidas ou pesticidas, na verdade estamos ingerindo plásticos direta ou indiretamente.

Para Kauê Pelegrini, idealizador da pesquisa e doutor formado pela PUC-RS, o caminho para melhorar esses números, é através da elaboração de planos municipais de gerenciamento de resíduos de forma mais eficiente.

A PUC-RS informou também que no dia 8 de fevereiro, sábado, estará realizando uma ação de limpeza em parceria com o Espaço Roubadinhas ATL e com a Arco Resíduos.

O objetivo da ação é conscientizar a população sobre a importância ambiental e engajar voluntárias/os para colaborar nesse movimento.

A ação acontece a partir das 9hs na Av. Central, em Xangri-lá.

Todos sabemos da importância de ações como essa e é fundamental cada um fazer a sua parte.

Vamos cuidar das nossas praias!

E aí, se impressionou com a informação?

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