Fonte: Guaíba, Penitenciário Feminina de Torres / Divulgação
Deise Moura dos Anjos, que está presa desde o dia 5 de janeiro, e é suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas às vésperas do Natal de 2024, será transferida do Presídio Feminino de Torres.
A alegação do Presídio é que ele não pode garantir segurança à detentas como Deise, por não haver estrutura adequada e também pela superlotação.
Atualmente, o Presídio Feminino de Torres abriga 73 presas, porém tem apenas 54 camas, o que resulta com que 19 detentas durmam no chão.
Como a detenta tem necessidade de cela separada, isso deixa a situação da lotação do Presídio ainda mais crítica.

Segundo a Administração do Presídio, mantendo a detenta em cela separada, torna a situação mais complicada porque dificulta ainda mais na organização da redistribuição das detentas que têm doenças transmissíveis, o que pode gerar problemas graves às demais presas.
A decisão da transferência foi autorizada pelo juiz Jefferson Torelly Riegel na última quinta-feira, e a troca de Presídio deve acontecer em breve.
O destino é a Penitenciária Feminina de Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, a qual já havia liberado uma vaga para Deise, em 22 de janeiro, após um pedido da Penitenciária do litoral norte, que também havia enviado um ofício à 1ª Vara Criminal de Torres com o devido pedido.
A Justiça determinou a prorrogação da prisão temporária de Deise por mais 30 dias na última quinta-feira, dia 30 de janeiro. A prorrogação passa a contar após 4 de fevereiro.
Deise, que atualmente tem direito a uma hora de banho de sol por dia, precisa ficar isolada por estar sofrendo críticas, xingamentos e ameaças devido à natureza do seu crime.
A principal questão que coloca a detenta na mira de outras presas, é o fato do caso envolver crianças, incluindo, a família e o próprio filho.
Ela é a principal suspeita no caso do bolo envenenado que tomou repercussão em todo o País.

Entenda o caso de forma resumida:
Três pessoas da mesma família morreram após comer um bolo.
A família estava reunida às vésperas do Natal e em um café da tarde, comeram um bolo feito pela sogra de Deise, Zeli dos Anjos.
Segundo à investigação, foi encontrado arsênio no sangue e urina das vítimas.
Inicialmente, a suspeita recaía sobre Zeli, que havia feito o bolo, mas quando foi encontrado arsênio também no organismo dela, a investigação passou a ser mais ampla e analisar de forma mais cautelosa todos os envolvidos.
O que tornou o caso mais instigante é que Paulo dos Anjos, sogro de Deise, havia falecido em dezembro.
A investigação apontou que a suspeita recebeu arsênio pelos Correios, inclusive assinando o comprovante de entrega.
Também, na perícia do celular dela, foi encontrado buscas por “veneno que mata humano”.
A investigação segue em andamento e Deise seguirá para a Penitenciária Feminina de Guaíba.